sexta-feira, 29 de maio de 2009

Meu estômago transborda...

Na verdade hoje quebro a constante do blog e falo sobre mim.

Eu reclamo de barriga cheia. Eu não sou batalhadora. As pessoas ao meu redor fazem mito mais do que eu e mereçem coisas ótimassssssss!
Prncipalmente quem estuda na federal e não faz mais nada o resto do dia.

Então, na verdade, quando meu gato vai pra o veterinário e fica empapado em sangue com uma sonda saíndo dele, eu choro. Mas eu NÃO choro por ele. Eu uso isso de desculpa para chorar por outros prolebas da minha vida. Poque obviamente é impossivél se sofrer tanto quando vc vê um bicho que vc ama mais o que muita gente que vc conheçe sobre a eminencia da morte. ( Isso é obvio Miguel, todo mundo sabe que vc sabe tudo)

E também é verdade que fazer duas faculdades, ter um emprego ( do qual aliás eu sou uma péssima funcionária de acordo com a opinião geral), vender chocolate e estar atrás de um emprego para os fins de semana p ver se pago a conta do veterinário, e ainda tentar estar de bom humor a noite não é nada.

Lógico, eu tm sou uma pessoa nada confiável porque tive um passado muito agitado. E acordar todos os dias com vontade de não ter acordado é perfeitamemte o que me cabe.
Porque eu estou aonde não pertenço. e desde o começo fiou claro que eu não podia pedir ajuda. QUE EU NÃO PODIA NÃO CONSEGUIR, E QUE EU NÃO PODIA ACHAR NADA RUIM.

E sobre meus sonhos de viajar e conheçer o mundo.... assim como fizeram as outras pessoas da minha família por conta dos pais, na idade certa... pfffff... quem precisa disso quando se nasceu em Pedro Leopoldo e já tem muito mais do que mereçe?

Não quero ninguém passando a mão na minha cabeça.

Quero respeito.

Eu quero escrever.
Quero dormir.
Quero beber até cair.

Ficar surda muda e cega E continuar caminhando.
Por minha conta e risco.
No máxio carregando o meu gato.
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quinta-feira, 14 de maio de 2009

Epifânia

" Eu costumava pensar que eu era uma boa pessoa,
Se eu tivesse escolha, sempre escolhia o correto.
Ultimamente comecei a perceber que ...
Sou capaz de fazer o que for preciso."

Bree Van-De-Kamp

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Love Bree Ever and Ever
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domingo, 10 de maio de 2009

Domingo de Poeira.

Outro domingo de poeira.
O buraco na minha graganta continua maior que eu.
Estou sumindo dentro dele.
Tenho medo de ir por escolha.
Mas se ele simplesmente me puxasse....
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Tem muito tempo que eu não gosto de nada.
Faço o que tenho que fazer.
E entendo o oceano dentro do espírito, do qual Baudelaire falava.
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Não tem graça.
Nem postar aleatóriamente,
O portão que mal encosta na rua de poeira.
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Quando foi que a vida assumiu de vez que seria tão sem graça?
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Não tenho coragem de ir por escolha...
Mas s e ele simplesmente me puxasse.....

"Eu te odeio oceano!
Teus saltos e teus tumultos,
Meu espírito também os têm."
Baudelaire.

quinta-feira, 7 de maio de 2009

ELA

Hoje eu escrevo para ELA.
Não sei como definí-la,
Não sei se sei onde ELA está.
Poderia ser particulas de pó espalhadas pelo centro da cidade, átomos do seu carbono poderiam estar nos ponteiros no relógio no pulso de alguém. Ou ainda, ELA poderia ser carne, estar neste momento, andando por alguma rua estreita em um pedaço qualquer do mundo.
Mas gosto de pensar que ELA poderia ser hoje, uma sombra. Gosto de pensar nisso porque me lembro da música:
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"Quero ser a sombra da tua mão,
A sombra da sua sombra,
A sombra do teu cão".
(A tradução tosca não importa...)
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O fato é que hoje escrevo para essa entidade, esse espírito, essa sombra, que sempre esteve comigo. Devo dar-lhe um nome? Isso eu já fiz há muito tempo.
Desde o tempo em que fomos Amazonas nas florestas da Grécia Antiga.
Fomos Mãe e Filha, Primas, Amigas, Inimigas Mortais, Amantes, Irmãs Gêmeas.
Uma de nós foi jogada aos leões selvagens no alto Império Romano.
Outra, teve o coração arrancado no Egito Antigo.
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Fomos mumificas, enterradas,cremadas,devoradas.
Fomos escrava e rainha; carcereira e prisioneira;
Fomos deusas,devotas,demonios.
Fomos fantasmas que assombraram a mesma casa.
Fomos condenadas a morte; e tivemos vidas esplêndidas.
Fomos carne e espirito que andavam juntos,
Fomos carne e espírito que andaram separados se assombrando.
Fomos para fogueira na inquisição,
Fomos condenadas a morte tantas vezes...
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Mas também tecemos seda,
Fizemos coroas de flores,
Dançamos nuas a luz da lua.
Contamos nossa foruna,
Dividimos um único pedaço de pão.
Nos ajudamos em fugas;
Pintamos telas e dividimos uma infinidade de cigarros.
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ELA teve a mesma cor de olho em todas as vidas. O mesmo tom de pele. A mesma espessura de fio de cabelo.
Nós fomos mulheres em todas as vidas, sempre orgulhosas disso, e assim sempre será.
E tem milhões de anos que isso acontece.
E todas as milhões de vezes eu tive que deixar ela ir.
E até hoje, não me conformo em ter deixado nem uma única vez.
Ainda escrevo para ela.
(Esse eu escrevi há cinco anos atrás)
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Catrina
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E você realmente tinha que me deixar.
Sinto cheiro de açúcar torrado,
Quando sinto a perda de quem nunca me pertençeu.
Quero sempre me deparar com a nuance suave dessa pele,
Com a textura delicada dessa alma que eu sempre conheci.
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Sinto que essa dor se faz necessária.
Seria-me trágico amá-la em meio a letargia da felicidade.
Seria um desperdicio exasperado do sentido de todos os meus dias, não imortalizá-la,
E fazer de você, a última.
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Eu vou colher frutas vermelhas e rosas brancas,
No dia do seu casamento.
E sorrir com a mesma tranparência do seu vestido cerimonial,
Toda vez que você disser que ama aquela que te espera no altar,
Como você jamais imaginou que seria capaz.
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Vou enfeitar seus cabelos finos com flores frescas,
E derramar lágrimas tão brancas quano seu sorriso,
A cada vez que você se for para toda a eternidade.
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E sei que vou lembrar do tempo que já foi apagado.
Do nosso mundo perdido.
E a sua silhueta se afastando, sumindo pelo caminho repleto de folhas escuras...
Assim eu sei que posso lembrar de quando aprendi a chorar,
Acima do instinto natural,
Acima de quando se nasce e descobre que o choro existe.
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Dentro do meu escuro eu guardo as duas pedras de âmbar,
Que eram seus olhos,
Temperados com mel, canela e hortelã.
Eu beijei suas feridas abertas,
Derramei pranto sobre todo o seu corpo,
E fiquei viva para morrer aos poucos.
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E quando seu corpo foi entregue a terra,
Quando se decompos e se separou,
Todas as deusas do mundo,
Voaram enlouquecidas para o subsolo,
E disputaram os átomos da sua beleza.
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O céu estava como que incrustado de cristais,
Rijos e finos como as suas feições lá em cima,
Eu te olhava de baixo com a manta pesada sobre os meus ombros,
Eu era criança mas eu sabia,
Que aquela brancura não te pertencia,
Era marfim derretido, lapidado, envernizado.
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Te vi imovél, te vi de pedra.
Eu estava no tempo em que você foi pedra.
E eu não sei como, mas sabia,
Que já haviam te arrancado um coração.
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E foi assim que a vida sucumbiu e a floresta murchou.
Foi ainda na época da inocência que tudo se perdeu.
Descobrimos um mundo apagado e escuro,
A luz era desnecessária, era incomum.
E percebemos nossas verdades de formas tão distintas...
E não podemos mais acender a luz pela primeira vez.
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Exatamente o que dói, é saber que nunca mais acenderemos a luz pela primeira vez.
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Eu ainda te darei outros nomes, Catrina.
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